10 ingredientes controversos em cosméticos infantis que você deve conhecer

Como mãe entusiasta que sou em produtos transparentes e seguros, principalmente no que diz respeito à saúde das crianças, resolvi compartilhar com vocês um guia informativo e objetivo sobre os ingredientes controversos em cosméticos infantis. Abaixo você vai encontrar uma lista dos itens que eu sempre procuro na composição de qualquer produto antes de decidir se vou adquirí-lo ou não.

É importante dizer que há muitos outros itens a serem observados, mas eu considero esses aqui os principais. Eles certamente aparecem nas regulamentações européias, que são bastante criteriosas com relação ao que é disponibilizado ao público.

criança aplicando protetor solar com ingredientes controversos
Photo by Kampus Production


Neste post:


Os ingredientes controversos em cosméticos infantis apresentados nesse post

  • EDTA
  • BHT
  • Phenoxyethanol (fenoxietanol)
  • Perfume
  • Corantes Sintéticos
  • Parabenos
  • Formoldeído
  • Isotiazolinonas
  • Triclosan
  • Ftalatos


1 – EDTA(ácido etilenodiamino‑tetraacético / sais como Disodium EDTA)

Onde é utilizado?

Esse ingrediente costuma ser utilizado em shampoos, sabonetes, loções infantis como agente quelante, ou seja, serve para estabilizar a fórmula, evitando assim resíduos metálicos.

O EDTA é um produto sintético, obtido em laboratório através de derivados de ácido acético com aminas.

Qual a legislação atual?

No Brasil o EDTA não é proibido, mas as dosagens devem constar abaixo dos limites de segurança gerais, que é de 0,2% (expresso como ácido).

Essa concentração é idêntica para produtos destinados ao uso infantil ou adulto, pois ela já foi pensada para minimizar os riscos para qualquer tipo de pele.

Na Europa ele também tem de ter uma concentração abaixo de 0,01%, já que é considerado seguro para uso humano, no entanto a preocupação gira em torno desse resíduo na natureza.

Isso acontece, pois o EDTA tem uma característica persistente e grande capacidade de quelação de metais pesados no sistema aquático.

Mediante essa constatação as autoridades decidiram adicionar restrições ambientais extras, criando o rótulo ecológico da EU.

Devido sua baixa biodegradabilidade e um potencial grande de impacto nos ecossistemas aquáticos, os produtos que possuem em sua formulação esse ingrediente não apresenta o rótulo citado acima, ficando fácil do consumidor identificar.

Substituto natural/ Menos agressivo

Há sempre uma alternativa mais natural para os ingredientes e aqui encontramos: ácido cítrico ou gluconato de sódio, pois também complexa metais, mas de forma mais suave.

Quais as reações que as crianças podem ter?

Se seu filho começar a se coçar ou tiver qualquer reação alérgica na pele, pode ser por conta desse ingrediente que promove uma irritação e/ou sensibilização cutânea.


2 – BHT (butylated hydroxytoluene)

Onde é utilizado?

Ele costuma ser utilizado em loções, óleos, manteigas. Isso porque ele evita que os lipídeos, que são um grupo de substâncias orgânicas que não se dissolvem na água, oxidem.

O BHT é um produto sintético, derivado do tolueno, que é outro ingrediente controverso que causa muitas alergias – eu mesma sou alérgica.

Qual a legislação atual?

No Brasil o BHT é permitido como antioxidante e está sujeitos às regras da Anvisa (Resolução RDC 7/2015).

A concentração máxima permitida desse ingrediente em cosméticos é de 0,8%.

Já na Europa há diferentes níveis de concentração de acordo com o cosmético: limitado a 0,1 % em pastas de dente, 0,001 % em enxaguantes bucais, até 0,8 % em outros produtos leave‑on e sem enxágue. O Reino Unido apresenta limites mais severos para uso desse ingrediente em cosméticos.

Substituto natural/ Menos agressivo

Uma opção mais segura é a vitamina E , também conhecido como tocoferol, o extrato de alecrim ou tocoferóis naturais.

Quais as reações que as crianças podem ter?

Muita atenção, pois uma concentração acima acaba agindo como potencial disruptor endócrino. Dentro do permitido pode causar em concentrações acima; em doses normais geralmente tolerado, mas pode causar irritações como dermatite de contato, irritação cutânea e ocular.


3 – Phenoxyethanol (fenoxietanol)

Onde é utilizado?

Ele costuma ser utilizado em loções, lenços umedecidos (na grande maioria tem), shampoos, com a função de prevenir o crescimento de microorganismos indesejados como bactérias, fungos e leveduras, que podem se desenvolver nos produtos. Ele também pode ser utilizado como solvente.

O phenoxyethanol é encontrado na natureza, em plantas como o chá verde, mas a grande maioria utilizada nos cosméticos é sintético, ou seja, feito em laboratório. Ele foi o grande substituto do vilão parabeno.

Qual a legislação atual?

No Brasil o phenoxyethanol é permitido como conservante em concentrações de até 1% segundo a Anvisa.

Já na União Européia, o recomendado atualmente também é uma concentração de até 1% na função de conservante, e a resolução da Agência Francesa ANSM que recomendava redução para 0,4 % em produtos para crianças menores de 3 anos e que vetava o uso do ingrediente nos produtos que tinham contato com o bumbum dos bebês, não está mais em vigor.

Substituto natural/ Menos agressivo

Uma opção mais segura são os óleos essenciais que possuem ação antifúngica e bactericida, sorbato de potássio e benzoato de sódio são muito eficazes contra leveduras e bolores, extrato de chá verde, que é rico em antioxidantes e também possui propriedades conservantes naturais entre outros.

Quais as reações que as crianças podem ter?

Em peles muito sensíveis é possível ter reações como ardor, vermelhidão e sensibilização.

Detalhe do dedo apertando uma válvula de spray de perfume com ingredientes controversos
Photo by Tima Miroshnichenko


4 – Perfume/Fragrâncias

Onde é utilizado?

Em praticamente todos os cosméticos infantis encontramos perfumes ou fragrâncias, que muitas vezes são misturas complexas de químicos sintéticos ou naturais, algumas vezes inclusive patenteados. Eu mesma pesquisei muito para achar um shampoo infantil sem cheiro.

Qual a legislação atual?

No Brasil pode usar a vontade, desde que os alergênicos declarados sejam listados.

Na União Européia recomenda-se o não uso de perfumes ou fragrâncias em produtos destinados ao público infantil, mas não chega a proibir.

Substituto natural/ Menos agressivo

Os extratos de flores naturais sem alergênicos comuns são uma saída, mas a boa opção mesmo é a de produzir produtos sem cheiro/fragrância.

Quais as reações que as crianças podem ter?

A dermatite de contato alérgica, o ressecamento e a irritação ocular são um dos sintomas mais comuns em crianças que possuem sensibilidade à perfumes e fragrâncias.


5 – Corantes

Onde é utilizado?

Shampoos coloridos, cremes, sabonetes infantis com cores atraentes, pasta de dente colorida

Qual a legislação atual?

No Brasil algumas cores são proibidas (nem tudo está perdido); a Anvisa permite apenas corantes aprovados e exige rotulagem.

Já na União Européia os corantes classificados como H317 ou H334, ou seja, que causam alergias, são proibidos; enquanto que os corantes que terão contato oral devem ser aprovados como aditivos alimentares.

Na Europa eles consideram a regra da bioaculumação, ou seja, que mesmo que um item esteja em quantidades pequenas em um produto, a soma dessa quantidade com a de outros produtos que contém o mesmo ingrediente, faz com que a substância vá se acumulando no organismo. Bastante inteligente, não?

Substituto natural/ Menos agressivo

Os pigmentos derivados de frutas (beterraba, cúrcuma) são uma ótima opção! Felizmente os encontramos na maioria dos produtos naturais.

Quais as reações que as crianças podem ter?

Alergias, irritação cutânea, são os sintomas mais comuns. O que pode acontecer com produtos muito coloridos é que bebês podem levar à boca e ingerir acidentalmente.


6 – Parabeno (methylparaben, propylparaben etc.)

Onde é utilizado?

Antigamente ele era utilizado em quase todo cosmético infantil, mas felizmente nos dias atuais a grande maioria das empresas resolveram baní-lo de suas formulações. A sua função de conservante vem sendo substituída pelo phenoxyethanol, que também não é lá essas coisas.

Qual a legislação atual?

Na União Européia há limites de concentração entre 0,14 % e 0,8 %, dependendo do éster; mas alguns parabenos (isobutyl, benzyl) são proibidos.

O Brasil segue a mesma regra da União Européia, e proíbe o uso da substância em produtos para crianças de até 3 anos, com exceção de shampoo. Poxa vida! Que bola fora!

Substituto natural/ Menos agressivo

Os óleos essenciais sempre são uma boa opção para conservar um produto, mas infelizmente a maioria dos fabricantes preferem usar o phenoxyethanol no lugar do parabeno.

Quais as reações que as crianças podem ter?

Possível atividade estrogênica, ou seja, interagem com o estrogênio existente no nosso corpo, além de sensibilização, eczema de contato

dois tubes de ensaio sobre a bancada de um laboratorio
Photo by Martin Lopez


7 – Formaldehyde (formoldeído) e liberadores (como diazolidinyl urea)

Onde é utilizado?

Muito utilizados em shampoos e sabonetes, esse ingrediente tem a função de conservante. Os ingredientes liberadores de formaldeído em cosméticos são substâncias que, ao longo do tempo ou em contato com a água, liberam pequenas quantidades de formaldeído. É importante lembrar que esse ingrediente é considerado um potencial irritante e alergênico, e a exposição prolongada pode levar a problemas de saúde, incluindo reações alérgicas e até mesmo risco de câncer. Fuja dele!!!

Qual a legislação atual?

Na União Européia eles estão proibidos ou estritamente limitados.

O Brasil segue regras similares da União Européia limitando o seu uso em uma concentração de no máximo 0,2% e só pode ser utilizado como conservante e não agente alisante. Para crianças está proibido o uso em ingredientes destinados para os pequenos abaixo de 3 anos.

Agora eu te pergunto: alguma vez você comprou um shampoo no setor infantil dentro de um supermercado, por exemplo, e procurou a informação se ele era destinado para uma criança abaixo de 3 anos?

Substituto natural/ Menos agressivo

Conservantes mais suaves, como os citados no ingredientes detalhados acima.

Quais as reações que as crianças podem ter?

É possível se desenvolver uma dermatite alérgica severa.


8 – Isotiazolinonas (Methylisothiazolinone MIT / MCI)

Onde é utilizado?

Novamente estamos falando de ingredientes que vão conservar o produto evitando proliferação de bactérias e fungos. Esse aqui é muito utilizado em shampoo, sabonete líquidos, condicionador, hidratantes, lenços umedecidos.

Qual a legislação atual?

Na União Européia eles estão proibidos em produtos onde não há enxágue, como leave-in (creme sem enxágue) por exemplo

O Brasil tem restrições específicas para o uso desses ingredientes em cosméticos infantis, segundo a resolução RDC29/2012, devido seu alto teor alergênico.

Substituto natural/ Menos agressivo

Eu sei que está ficando repetitivo, mas a verdade é que usar ingredientes mais suaves e naturais encarece o produto e por isso as empresas optam por ingredientes mais baratos. Um substituto natural e eficaz seriam o maravilhosos óleos essenciais.

Quais as reações que as crianças podem ter?

É possível se desenvolver uma dermatite alérgica severa.


9 – Triclosan

Onde é utilizado?

Novamente temos aqui o uso de um conservante microbiano em shampoo, sabonetes, lenços umedecidos, pasta de dente, que além de promover resistência nas bactérias, as deixando mais fortes, ele ainda pode ter efeito de disruptor endócrino.

Qual a legislação atual?

Na União Européia eles estão estritamente proibidos.

Já aqui no Brasil a restrição não está totalmente proibido, mas como há grande preocupação com a sensibilidade da pele infantil além dos potenciais riscos associados, os fabricantes costumam evitá-lo em suas formulações. De qualquer forma sempre vale a pena dar uma conferida!

Substituto natural/ Menos agressivo

Os conservantes suaves já listados acima.

Quais as reações que as crianças podem ter?

É possível que a criança apresente sensibilidade, além de sofrer impactos hormonais e ajudar a criar resistência bacteriana.


10 – Ftalatos (DEHP, DBP, etc.)

Onde é utilizado?

Ele é utilizado em shampoo, creme para cabelo, perfumes infantis, esmaltes e sprays. São usados como solventes ou estabilizantes.

Qual a legislação atual?

Na União Européia eles estão estritamente proibidos.

Aqui no Brasil seguimos a regra do Mercosul que também proíbe o uso desse ingrediente em produtos infantis. Então você me pergunta: e por que ele está na lista?

E eu respondo: porque ele infelizmente ainda é permitido em produtos para adulto, como esmalte, por exemplo. Aí você prepara a comida para seu filho sem luvas, lava a boca dele com as mãos, pega nos brinquedos que ele coloca na boca etc. Ou seja, indiretamente ele está tendo contato com a substância, não? Vale a pena reavaliar o uso de alguns cosméticos para adulto.

Substituto natural/ Menos agressivo

Óleos vegetais, manteigas naturais, ceras vegetais, e extratos de plantas. Ingredientes como óleo de coco, óleo de amêndoas doces, manteiga de karité e cera de carnaúba podem conferir maleabilidade e hidratação, evitando os riscos associados aos ftalatos.

Quais as reações que as crianças podem ter?

A criança pode ficar exposta à desregulação hormonal, causando risco reprodutivo. #alertavermelho


Conclusão

Infelizmente não podemos confiar totalmente nas empresas hoje, pois com a guerra de preços do mercado que exige um preço cada vez menor dos produtos, é natural que as empresas busquem ingredientes cada vez mais baratos.

Todavia sabemos que estudos desses ingredientes a longo prazo nem sempre são feitos, colocando nossas crianças e nós mesmos em risco.

Então aprender a ler rótulo é uma habilidade essencial nos dias atuais e se você está se dizendo que não tem tempo para isso eu te dou uma dica de ouro que vai salvar seu dia: tire uma foto da composição com o celular, joga na IA e pergunta se tem algum ingrediente perigoso ou que merece atenção. Voilà! Em segundos você tem a resposta sobre a segurança daquele produto para sua cria.

Além disso se você fizer uma rápida pesquisa na internet vai descobrir uma série empresas que são clean label e que se preocupam com as formulações de seus produtos, priorizando ingredientes naturais.

Dicas práticas finais:

  • Prefira cosméticos de marcas transparentes, sem perfume ou com perfume natural rotulado.
  • Veja ingredientes como phenoxyethanol, BHT, EDTA, parabenos, corantes e evite se possível.
  • Busque alternativas com conservantes suaves.
  • Respeite restrições legais, especialmente para menores de 3 anos.
  • Lembre que ausência de alergênico ou “free‑from” não garante que o produto seja totalmente seguro – é melhor confiar em rotulação clara e fórmulas simples.

Sei que o tema é extenso, mas meu objetivo foi trazer informações claras, objetivas e fundamentadas, afinal de contas, a segurança dos nossos pequenos não pode depender de modismos, mas de escolhas conscientes.

E se você já está com filho na fase da pré adolescência e busca por um desodorante, não deixe de ler o post onde eu falo sobre 7 desodorantes naturais e seguros para essa fase da vida.


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